Nos posts anteriores, falei sobre um ótimo relatório de pesquisadores da Universidade de Navarra que fala sobre os processos biológicos que a mãe experimenta durante a gravidez. Por um lado, o estudo revela que a gravidez reduz o estresse da mãe, enquanto, por outro, explica um processo pelo qual a gravidez rejuvenesce a mãe.
Nesta última entrada, falaremos também de um capítulo muito interessante, como eu disse em outra ocasião, o relatório não é desperdiçado. Se trata de o que acontece no cérebro da mãe quando ela está grávida e como é criado o vínculo de apego com a prole.
O cérebro humano tem uma grande plasticidade. É um mapa de rodovias e estradas neurais que são moldadas de acordo com experiências emocionais, atividades, estímulos, hábitos, etc. A gravidez é uma experiência emocional muito forte que modifica a atividade neuronal do cérebro da mãe, reorganizando os circuitos neurais.
Quando engravidamos, há um processo biológico neuronal que acompanha as emoções que sentimos durante a gravidez.
Durante a gravidez, o corpo da mulher secreta hormônios. A progesterona (hormônio sexual feminino) desempenha um papel fundamental, aumenta entre 10 e 100 vezes no cérebro, reduzindo a resposta emocional e física ao estresse da mãe.
A ocitocina (hormônio da confiança) possui receptores em todas as áreas conectadas ao centro nervoso para integração cognitivo-emocional-vegetativa, de modo que sua função é decisiva no estabelecimento da vínculo de apego entre mãe e feto. A ocitocina é gerada e armazenada no corpo até o momento da entrega. Quando ocorre o contato pele a pele entre a mãe e o filho, essas reservas são liberadas para fortalecer o vínculo de apego. O mesmo acontece quando o bebê chupa o seio da mãe, e é por isso que a amamentação desde o primeiro minuto é tão benéfica.
O estudo também indica que, devido a essa plasticidade, o cérebro reduz seu tamanho durante os últimos meses de gravidez para se recuperar após o parto. Isso não significa que os neurônios estão perdidos ou que o cérebro está atrofiado, mas que a gravidez é uma experiência cognitivo-afetiva que modifica a estrutura neuronal do cérebro.